quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Entre o fim e o começo, existe o meio!

É chegada a hora de dar corda no relógio. Zerar o cronômetro. Apertar o start. Começar denovo? Um, dois,três e... já! Ou seria 3, 2, 1... BUM! Vem aí 2012! Novinho, como aquele caderno que eu adorava ter nas minhas mãos uma semana antes das aulas começarem. Limpo, como uma folha branca. Pronto para receber as cores, os traços e as letras.

Não sou de fazer listas. Nem de fazer promessas. Não sou uma boa pagadora de dívidas, por isso não me proponho a sair devendo a mim mesma. Nesse exato momento, muitas pessoas estão acertando as contas. Terminando de fechar o caixa e descobrindo se o saldo é positivo ou se vão ficar algumas notas inscritas em restos a pagar (Ai, como eu tô contábil! Que medo!).

Mas quer saber o que eu acho? O que passou, passou. Se eu vejo 2012 como uma folha branca, onde poderei desenhar e escrever o quanto couber e o quanto minha imaginaçã deixar, não quero simplesmente rabiscar a de 2011 ou amassá-la e jogar no lixo. A renovação existe. Vira-se, de certo, mais uma página. Mas a história continua. Capítulos passados fazem parte do que há de vir a ser o próximo. Dessa verdade, não há forma de fuga.

Portanto, a minha expectativa para o próxim ano é de que eu não perca a noção de que minha vida -apesar de eu amar tanto as reviravoltas e me animar com mudanças e novos caminhos - é antes, uma continuidade. E que cada traço meu implica no final do quadro que está sendo pintado. Cada vírgula ou interrogação que eu imprima em meus papéis farão parte do roteiro ao qual eu sigo e invento diariamente. Mas me dou o direito de fazer um pedido: que nos próximos dias as coisas todas desse mundo sejam menos dependentes de horários, regularidades e métodos. Quem sabe assim, eu possa então me sentir mais à vontade no meio das minhas tantas bagunças?  

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Eu quero ouvir suas músicas



E entre um acorde e outro, observar seus traços. O desenho das sobrancelhas combinando com um sorriso escondido no cantinho dos lábios. Quero ouvir sua voz chegando macia em meus ouvidos e deixar sair da minha boca palavras soltas de seus versos. Sentir de leve, bem de leve, uma discreta timidez no escorregar dos dedos pelas cordas no momento em que foge à tua lembrança uma nota ou outra. Quero sorrir pras suas mãos e te beijar os olhos, os lábios acariciar devagar. Quero cantar com você. E dançar, pra você.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Encurralada

Ouvindo essa música linda: Dançando, Agridoce.




Às vezes a gente foge. Inventa, canta, se maqueia e sai pra dançar. Usa aquele vestido florido, sobe em cima daquele salto, pinta um sorriso de batom cor-de-rosa nos lábios e vai. E a gente sai andando, colhe algumas flores no caminho, pisca junto com algumas borboletas e chega até a ver algum arco-íris. No meio da rua, andando no meio de tanta gente, a gente nem chega a se sentir mais um. Tem hora, que a sensação é de ser menos um. E eu não sei porque, mas no começo de uma madrugada, rodeada de ausências e ouvindo uma música que me toca, fica difícil fugir. E é aí que uma insistente lágrima teima em rolar.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Não virou texto.

Inspirado nesse texto aqui, da Daiany Maia, minha chefe no Meninas Improváveis



Não deu tempo. Você foi embora antes. Antes de chegar, talvez. Nossas lembranças não são suficientes pra que eu faça aqui uma resenha qualquer de nossos momentos e nem da saudade que vai ficar. Essa saudade é difícil de explicar. É saudade do que não existiu. Do que nunca teve pretensão de ser. Ou nunca teve chance de nascer. 

Eu nem posso dizer que vou me pegar um dia pensando se você fez aquela viagem ou comprou aquela carro. Se terminou de ler aquele livro ou se fez as pazes com aquele velho amigo. Não sei pra que lugar você me levaria ou gostaria de ir sozinho. Não sei que carro gostaria de dirigir. Nem sei se gosta de ler! E nunca te ouvi falar de nenhum amigo. 

Não deu tempo. Duas ou três madrugadas não foram suficientes pra que eu te conhecesse o bastante pra me fazer falta. Duas ou três madrugadas não foram capazes de me fazer pensar em acordar do teu lado pro resto da vida. Duas ou três madrugadas não me fizeram querer te trazer aqui. 

Eu só vim pra te dizer que você não pertence à minha memória. Que você não estará em nenhuma recordação, porque você não chegou. Você foi antes de chegar. Não deu tempo. E é isso que incomoda agora: a falta que você não pode fazer, mas que insiste, existe e persiste.


E pra enfeitar:

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Nós e os vinte poucos

*Texto inspirado no post perfeito da Frau, que pode ser lido aqui.

"Nem por você
Nem por ninguém
Eu me desfaço
Dos meus planos
Quero saber bem mais
Que os meus 20
E poucos anos..."

Fábio Jr. 



Além da queimação no peito, existe o nó na garganta. Porque algumas coisas ainda não conseguimos digerir bem. Na pressa, não mastigamos corretamente ou tivemos que trocar muito cedo a comidinha da mamãe pelas porcarias que engolimos por aí entre o trabalho e a faculdade.

Há alguns anos atrás, nessa idade, com a qual o meu querido Fábio Jr. se encheu de ilusões e, de tabela, me encheu também, nós éramos outras e os nós, claro, eram outros também. Estaríamos com duas prováveis preocupações nos fazendo sentir arder o peito: se sortudas, o enxoval e a lista dos convidados; em outros casos, o pedido de noivado. 

O tempo passou, o que tinha que mudar mudou, e o improvável aconteceu: nós agora ardemos por outros motivos - o que não implica, em alguns casos, por sorte ou por azar, a falta daquele outro antigo, desgastado, escasso, porém ainda não totalmente esquecido: o casamento. Os nós agora são sentidos de forma mais violenta e com mais frequência. E se contamos com as mesmas 24 horas para dar conta de tudo e mais um pouco, as queimações no peito na madrugada são mais incidentes. 

Hoje, as propagandas dos últimos lançamentos de carros ou das mais novas tecnologias da informática dividem a nossa atenção com os comerciais de margarina. Chegamos a um ponto em que se instala sobre as nossas cabeças uma nuvem de interrogações. O peso de tantos questionamentos em nossas costas compete com a dor nos pés depois de um dia inteiro em cima do salto alto. Nossos corpos estão cansados. Renovamos nossas energias no impulso da busca de nossas conquistas. Estamos a caminho dos 30 e quais de nós não pretende chegar lá absolutamente poderosas? 

Temos a chance de dar a palavra final e o acesso aos meios para conquistar o que é nosso. Mas conquistar o quê, afinal? Por enquanto, no auge dos meus vinte e poucos anos, a única certeza é a de que tenho mais possibilidades de escolha. Porém, quanto maiores as possibilidades, maiores são as interrogações sobre a nossa cabeça. E elas pesam. Ah, como pesam! 


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sobre coragem

Na semana passada, estivemos falando no Meninas Improváveis sobre sonhos e eu escrevi esse post aqui. O tema é extremamente forte pra mim e pra não complicar demais as coisas, tentei resumir tudo em um parágrafo, definindo como um ciclo vital o processo sonhar-acreditar-viver-realizar. Talvez o "viver" e o "realizar" não ocupem uma sequência exata, podendo sofrer uma inversão, dependendo do momento. Mas o fato é que sonhar está completamente ligado a viver, na minha concepção filosófica de vida e de sonho. 

O grande problema pra mim, pisciana, idealizadora, cabeça nas nuvens, sempre foi assumir isso. Assumir que tenho sonhos. E um outro problema, que sempre andou de mãos dadas ao primeiro era a minha mania louca e absurda de dimensioná-los, tentando fazer uma associação ridícula entre o tamanho do sonho e a possibilidade de sua realização. Eu seguia uma (i)lógica de que quanto maior, mais difícil. Ou até mais impossível. 

Talvez um bom terapeuta pudesse descobrir o porque logo eu, tão sonhadora, morria de medo de sonhar. E ainda porque eu estou aqui tentando racionalizar isso tudo. Logo eu, que sempre fui mais de coração do que razão, por muito tempo fui capaz de usar a cabeça, ignorando as batidas do meu coração e priorizando questões racionais, quando tratava de meus sonhos. Eu mesma fui criando, um a um, todos os obstáculos que podia para me afastar do que eu realmente queria. E do que idealizo antes de dormir. Meus sonhos sempre foram os meus maiores segredos. Só falo neles com as pessoas de meu convívio pessoal em tom de brincadeira, numa tentativa de não revelar a ninguém, por vergonha, talvez. Como é que pode, uma menina do interior, que estudou em escola pública, cuja família teve que abidicar de seus sonhos em prol de suas responsabilidades, pensar que um dia poderia escrever um artigo pra uma revista? E que poderia viajar a trabalho, pra fazer uma matéria? Ou que poderia subir ao palco para representar um personagem? É, até podia, sim. Mas apenas em segredo. Apenas nos delírios noturnos que antecedem as projeções do inconsciente. 

Antes de assumir meus sohos pro mundo, existia um degrau mais alto ainda. Escorregadio, também. A grande dificuldade de assumir pra eu mesma. Porque os outros podem rir. Podem xingar. Podem ignorar. Enfim, a reação deles é apenas problema deles, não é problema meu. Mas a minha reação é o que relamente importa, o que realmente interessa. Porque sonhar acordado com a carreira ou com o futuro que quer, todo mundo faz, já fez ou fará um dia. O desafio é aceitar. Acreditar e assumir que é isso aí e pronto. E escolher se vai continuar nas nuvens ou vai resolver colocar os pés no chão, na rua e seguir o caminho, seja ele qual for. 

Hoje eu resolvi assumir o que eu quero. Marquei a opção que meu coração pediu. Pode ser que eu não consiga, pode ser que eu não dê conta, pode ser, inclusive, que eu tenha escolhido a opção errada. Mas eu escolhi. E prefiro me lamentar no futuro por ter errado ou não ter conseguido, do que viver me lamentando por não ter ao menos tentado. Estou aceitando o desafio. Com as mãos trêmulas e as pernas bambas. Mas com a firmeza de que de alguma forma, há de valer a pena.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Na nossa estante

Durante esses quase dez anos, mesmo nos tempos em que estivemos separados, pensei no nosso casamento. Em alguns momentos, consegui vizualizar a gente bem próximo do tradicional, com direito a bombons na porta da Igreja. Em outros, ele me pareceu tão distante que quase cheguei a me conformar com o fato de que, (in)felizmente ele não vai acontecer. Não por falta de vontade nossa, mas por força dos acontecimentos, das distâncias, dos desencontros. E talvez até seja melhor que ele realmente nunca aconteça. Na verdade, a formalização de uma relação pra mim é o que menos importa. O que importa é que eu quero estar com você. E quero que você esteja comigo. 

Eu descobri que eu quero colocar os meus livros, misturados aos seus, na nossa estante. Além dos livros, nossos filmes e discos favoritos. Em frente a ela, um tapete macio e algumas almofadas, onde poderemos nos ler, nos ouvir e nos assistir ali, um ao olhar do outro. Onde nossos filhos poderão brincar e conhecer aos poucos as muitas letras e tantas canções que nos aproximam. 

Eu quero você no nosso álbum de família e nos porta-retratos que estarão junto com nossos livros, na nossa estante.

sábado, 20 de agosto de 2011

Será o testosterona?

No meio de todas as características que podem fazer um homem deixar uma mulher de quatro - em todos os sentidos - o que mais me chama atenção é o poder. Tem homem que tem beleza, inteligência, charme, delicadeza, bom-humor, cultura. E tem homem que tem poder. E esse poder faz ele parecer ter - se ja não tiver - todas as outras características fatais pra fazer uma mulher se entregar. Não se trata de poder aquisitivo, apenas. Esse poder não está necessariamente ligado à conta bancária do rapaz, apesar de um fator muito importante. O cara pode ser milionário e não ser poderoso. Mas tem aqueles que sabem transformar pouca coisa em muito poder.

Existem homens que passam uma imagem que se querem, podem. E podem TUDO. Os amigos, sempre fazem o que ele quer. Na família, ele é o príncipe. No trabalho, ele é o cara. E claro, se ele pode TUDO, ele pode com você. Então você chega a ficar sem escolhas. O cara pode tudo. Você não tem nem como negar, você vai ser a próxima conquista dele.

Esse tipo de homem fala com você olhando nos seus olhos. Ele não tem medo de se mostrar. Ele não precisa se fingir de santo, muito menos de bom moço. Mas ele te garante que, mesmo te querendo pra uma sacanagem de algumas horas, ele é um cara legal. Se você tiver sorte, ele pode ser muito legal com você. Mas só se você tiver bastante sorte. Ou se você souber tirar dele o melhor.

Aos poucos, ele vai se tornando perfeito aos seus olhos. Além de lindo, ele demonstra ser inteligente, gentil, educado, e, de quebra, bem-humorado. Quando ele concorda com você em alguma coisa, você se sente mais especial. E quando ele discorda, você se sente desafiada e com isso, fica ainda mais seduzida. Ele até deixa você perceber um ou outro defeito, mas você acaba os transformando em pequenas características que quase não têm importância perto das outras qualidades do rapaz.

Esse é o pior tipo. Aquele que pode fazer uma mulher se entregar pro resto da vida. E se arrepiar ao se lembrar daquelas poucas horas (ou muitas, quem sabe?) que esteve sob o seu poder.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Lá em 2012...

Depois de limpar a casa com aquele desinfetante que tem cheiro de quarto de bebê, vou estender na minha cama uma colcha de retalhos - na verdade, hoje em dia se encontra nas lojas algo mais parecido com patchwork, que é uma graça - e ajeitar nosso porta-retrato no criado-mudo. Vou recolher do varal as toalhas macias e cheirosas e guardá-las na gaveta da cômoda, prontas pra que, depois daquele nosso banho quente e gostoso, você deixe na azul o seu cheiro. 

O Chico virá em minha direção, ronronando, pedindo carinho, manhoso como sempre. Pegarei seu leitinho e sua ração e colocarei ao meu lado, perto do sofá. Enquanto ele bebe o leitinho contente, eu pego uma colher de goiabada e ligo o som. Ouviremos juntos o Erasmo, cantando nossa música preferida. Na cozinha, a água já está fervendo no fogão. Logo eu vou passar o café. A manteiga derrentendo no pão... sessão da tarde na TV. Chico deita no meu colo, pisca os olhinhos azuis com carinho pra mim. Peço a ele que me prometa que não vai mais comer os brotinhos da samambaia. Ele só olha pro lado e eu me lembro que também não aprendi a cumprir todas as promessas. 

A noite vem chegando e depois do meu show acústico no banho, me lambuzo de hidratante de camomila e lavanda. Visto aquela velha camisola de algodão e vou pra cama com o Rubem Alves.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

mesmo assim


Entre as esquinas do nosso olhar 
Aprendo então, de uma outra
maneira
Que um dia pode valer mais
do que a vida inteira
Kadu Vianna

mesmo que fosse de longe, ou por menos de um minuto. mesmo que depois eu fosse pra casa com olhos cheios de nuvem, segurando forte pra que o coração não saísse pela boca. mesmo que fosse pra você quase me ignorar na manhã seguinte. mas que me ignorasse de vez na manhã seguinte, e não agora. não hoje, que eu penso tanto, quero tanto, lembro tanto. 

e mesmo que você não saiba e talvez nem desconfie, eu estou por aí, te mandando beijos. eu estou te vendo nos carros que passam na minha frente. eu estou te escutando nas músicas que tocam na rádio. eu estou te chamando na minha cama, pra trazer meu sono, pra me matar de cansaço e me deixar descansar dessa saudade.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

sábado

enquanto massageia os cabelos com as mãos lambuzadas de creme, lembra das mãos dele, que certa vez, lambuzadas de creme de morango passearam pelo seu corpo e perfumaram cada curva. 

enquanto pintas as unhas de vermelho, lembra das marcas de batom espalhadas pelo pescoço dele - vestígios de uma madrugada entre tantas que se transformaram em lembranças que trazem suspiros.

enquanto veste a calcinha roxa, sente um calor na nuca ao lembrar das mãos que já a tiraram deslizando pelo bumbum sem pressa de chegar aos pés.

se olha no espelho. 
coloca o vestido novo, os brincos, os sapatos de salto. 
joga o cabelo de lado e passa a contar os minutos pra que ele venha depentear. 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Para a minha melhor amiga

Eu poderia dizer no dia das mães que ela é a melhor mãe do mundo. Poderia escrever uma declaração de amor no dia do seu aniversário, agradecendo-a por completar mais um ano de vida, já que a sua vida é um presente para a minha. Mas eu acho que já estourei minha cota de clichês, não é mesmo? É que eu sou um clichê mesmo. Está escrito na minha testa! 

 Não sei se ela é a melhor mãe do mundo. Não tive parâmetros de comparação. Mas ela é do jeito dela. Cuida do jeito dela, dá carinho e atenção da forma que ela encontra para o fazer. E faz! Faz tudo o que pode e o que acha que não poderia fazer, para me ver feliz. E nessa de querer fazer o melhor, vez ou outra acaba errando. E quem não erra? Quando ela erra, eu estou pronta para entendê-la, mesmo que tenha me machucado. Porque nós somos AMIGAS. 

E é por isso que uma dá colo à outra. Uma dá coragem à outra. Uma ri da cara da outra. Uma ensina à outra. Ela vive dizendo que eu sou sua estrela-guia. Às vezes até fala que eu sou seu bicho do pé. Se esquece que eu encontro nela meu apoio, minha luz, minha cruz, meu tudo. Estamos vivendo uma história de amor e carinho há 24 anos. E a cada dia aprendemos juntas um pouco mais sobre nós e sobre esse nosso amor tão louco. 

Então hoje eu digo a você, mãe: feliz dia do amigo! Minha melhor amiga!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

curta metragem nº 2 - O palco

Uma série de pequenas imagens que serão guardadas pra sempre

Peguei o metrô com as mãos suadas de ansiedade. Era só uma estação, mas parecia demorar uma eternidade. Desci, caminhei com muita pressa por uma rua, virei na terceira esquina à direita e cheguei. Um cinema antigo que se transformou em um centro cultural - o Galpão Cine Horto. Era lá que eu mataria a saudade de brincar de ser. 

Na sala onde aconteciam as aulas de teatro, tinha uma porta larga de madeira no fundo que ficava sempre fechada. Essa porta abria-se para o palco do teatro e é a imagem de quando passei por ela pela primeira vez que ficará marcada pra sempre. As cochias, o chão escuro e frio, a arena com cadeiras pretas, a iluminação. Tudo aquilo bem rústico, me mostrando que artifícios podem ser concebidos a partir de qualquer coisa, ou de nenhuma. A energia de um palco é uma coisa mágica. A cada passo se sente um frio que viaja dentro do corpo e se mostra por fora através dos arrepios. 

Foram se passando as semanas. E eu estive lá por quase todas as segundas-feiras, desde março. E em todas elas eu aprendi uma coisa nova. Um olhar novo, um toque diferente, uma postura mais firme, uma perna mais solta, os pés no chão. Conheci pessoas especiais. Conheci uma pessoa especial: Tarcísio, um mestre! E me conheci um pouco mais a cada dia. Conheci meu corpo, meus olhos, minha voz. 

E quando entrei no palco, na última terça-feira, dia 12 de julho, todas essas descobertas se materializaram em uma experiência incrível, onde estive inteira e da qual, claro, jamais me esquecerei. Sentir a energia do palco e poder externizá-la através do meu corpo e da minha voz foi um exercício de superação e de paixão. Estou apaixonada pelo teatro. Completamente!  

terça-feira, 5 de julho de 2011

amante em crise

é que eu sou dessas metidas a independentes, dona do meu próprio nariz, não gosto de dever obrigação e nem de dar satisfação a ninguém. se eu quero ir, eu vou. se eu quero fazer, eu faço. se eu quero comprar, eu compro. e não estou muito acostumada a ouvir não. costumo convencer as pessoas de que tenho razão e, quando sei que não há chance de convencimento (quando encontro alguém mais durão que eu) nem tento, pra não me decepcionar mesmo.

e aí de repente eu me vejo em segunda opção pra eu mesma. mais ou menos assim: ah, tem uma peça bacana em cartaz esse fim-de-semana; hum... aquele cara que eu adoro vai tocar na sexta; sábado que vem minha amiga vai comemorar o aniversário em uma boite. maaas... não dá, porque tem show dele. ou porque ele tem que ensaiar. ou porque ele tem que dar aula no sábado. ele, ele, ele

então fica assim. aquela peça fica pra próxima, nem deveria ser tão legal assim. aquele show, eu vejo em uma outra oportunidade, ou compro o CD, né? e o aniversário da amiga, ah, ela vai entender, ela é minha amiga.
e o mais irônico, é que falando mais ou menos sobre esse assunto, ele me lembra de que é porque eu quero

pois é, é porque eu quero!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O amor é cego?

É o que pretende explicar essa reportagem, que um amigo me enviou me dizendo que está começando a acreditar no amor. Nela, um neurocientista explica o que acontece na nossa cabeça quando amamos. Ele diz que uma certa parte de cérebro é ativada, a que está ligada ao sentimento. E ao mesmo tempo, uma outra é desativada, que é a que está ligada ao raciocínio, o que então explicaria a máxima o amor é cego.

Bom, esse cara deve entender muito bem de neurociência, cérebro, ativações e desativações de tudo enquanto é neurônio, etc. Mas de amor acho que ele tá por fora! Desconfio que ele esteja querendo dizer sobre o que acontece na nossa cabeça quando estamos apaixonados. Porque sim, eu concordo que todo ser apaixonado fica com o raciocínio meio prejudicado. Mas amor... ah, o amor é outra coisa. 

O amor é você saber direitinho que o cara tem defeitos, além de todas aquelas qualidades que você conheceu quando se apaixonou, mas, ainda sim, preservar aquele brilho nos olhos da primeira vez. O amor é você entender que nem sempre ele vai te dizer sim e vai poder fazer as coisas exatamente como você quer, mas continuar tendo nele sua melhor companhia. O amor é você não precisar vestir a sua fantasia de mulher perfeita e se deixar ter um ataque besta de ciúmes, que fará vocês dois rirem muito depois. O amor é uma escolha. É escolher ficar ao lado daquela pessoa porque ela - inteira, completa, com defeitos e qualidades - te faz bem. 

E nesse momento você está raciocinando o suficiente para entender que em todo mundo existe algum defeito. E se você realmente quer essa pessoa com você, não tem como viver com a pessoa sem os defeitos. É um pacote completo. Você decide se vale a pena ou não. Portanto, pra mim, o amor enxerga muito bem.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Rita de Cássia

A Rita matou nosso amor
De vingança
Nem herança deixou
 
Não levou um tostão
Porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
 
Levou os meus planos
Meus pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração
 
E além de tudo
Me deixou mudo
Um violão

A Rita - Chico Buarque

Foi ela quem me ensinou a escrever. Era ela quem me arrumava toda, me vestia de princesa com vestidos engomados e insistia em enfeitar meus cabelos arrepiados com lacinhos de cetim. Foi ela quem me ensinou a ler. Eu gosto tanto de ouvir dela as minhas estórias de criança, das minhas poucas desobediências e dos seus mimos, infinitos e desmedidos. Ela é a tia Rita, que também é mãe, além de ser madrinha - mamãe-titia

Fomos cúmplices e dividimos segredos sem precisar de palavras para nos entendermos. Eu me lembro dela quando penso em carnaval. Porque ela fez sem saber, a alegria dos meus primeiros e até os meus últimos, eu sei que terei nela a inspiração pra me fantasiar e desfrutar dessa "alegria fulgaz". 

Foi através dela que eu conheci meu primeiro namorado, com quem rolou o primeiro beijo. Foi ela quem me deu meu primeiro sutiã. Foi com ela que eu aprendi a escrever segredos em uma agenda - e foi ela quem me deu a minha primeira. Foi ela também quem me deu minha primeira cartela de anticoncepcional e me ajudou a esconder o segredo da minha mãe.

E se eu for falar o quanto ela é especial pra mim e citar todos os momentos em que ela foi fundamental na minha vida - desde o meu nascimento - vou acabar contando aqui minha vida inteira, porque ela fez (e continuará fazendo, espero) parte de todos os passos que eu dei. Esteve ao meu lado, me inspirando, em todos os momentos de transição, principalmente. E eu tenho certeza de que sempre torceu pela minha felicidade. Sem nunca ter me cobrado nada, sem nunca ter me atirado nenhuma pedra. E é por isso que eu me recuo quando penso em lhe atirar alguma, mesmo quando a vontade é grande. 

Me orgulho de suas transformações positivas e sei que ela pode ser ainda melhor a cada dia. E continuará sempre, sendo a minha inspiração. Mesmo hoje não estando mais tão próximas fisicamente, sei que tenho nela uma amiga especial e verdadeira, um carinho sincero e ela pode encontrar em mim uma amiga, afilhada, sobrinha e eterna fã. 

Parabéns pelo seu aniversário, tia Rita!
Te adooooro!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

curta metragem nº1 - Nadir e a bola

Uma série de pequenas imagens que serão guardadas pra sempre. 

Eu tinha 6 anos. Entre as brincadeiras favoritas, além das comidinhas de barro enfeitadas com rosas, estava a bola de borracha. Eu jogava vôlei sozinha. Aliás, jogava vôlei com a parede. A parede era minha parceira e minha adversária.

- Pára com essa bola! 

Eu nem escutava. Queria fazer pontos. Não me cansava. Gostava de sentir a bola encostando quente na palma de minhas mãos. Não queria obedecer a minha avó.

- Pára com essa bola!

E aí a Nadir chegou no beco. Eu nunca gostei daquela mulher gorda, loira de olhos azuis que insistia em enfiar o nariz onde não era chamada. 

- Carolina, me dá a bola. Eu não vou entregar pra sua vó, prometo.

- Não, você vai dar pra ela e ela vai jogar no rio, eu sei. 

- Não vou, prometo. Me dá a bola aqui! 

Não me lembro se foi por medo, mas acabei lhe entregando a bola. A Nadir a pegou e, com a mão que estava escondida, deu-lhe um golpe de faca, rasgando sem dó toda a minha inocência de criança. 

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Música cura

Estive mal. Cólicas, enjoos, vômitos e diarréia. Acredita que eu não conseguia comer? Parece loucura eu não conseguir comer. 

Tomei remédios. Água-de-coco mesmo sem gostar. Gatorade mesmo sem gostar. Soro na veia. Chá mate. Biscoito de água e sal. Batatinha cozida com arroz e carne moída, quase sem tempero nenhum. 

E aquela cara de quem vai vomitar o mundo, eu ainda via no espelho. E aquela dor na barriga de quem tem um monstro louco dentro de si, eu ainda sentia. 

Mas aí ele veio e me levou pra ouvir. Uma horinha de música boa e eu já estou me sentindo quase ótima. 

Santo remédio!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Os sapatos da vitrine

Chega um momento em que o trabalho passa a ocupar um lugar importante na sua vida. Ele se torna parte fundamental de um processo que envolve tudo. Ele é a atividade mais importante da sua rotina. Afinal, você precisa muito mais dele, do que ele precisa de você. Eu vivo atualmente uma relação de amor e ódio com o trabalho: preciso dele para viver, mas não gosto do que faço. Acho que gosto menos ainda dessa dependência que o trabalho exerce sobre mim. Não sei me explicar bem. 

O fato é que agora que descobri que o trabalho existe, está aqui todos os dias e assim será pro resto da minha vida, tenho que decidir o que fazer com ele. Ele é o parceiro que irá me acompanhar independente da minha vontade. Afinal de contas, não nasci rica, não herdei nenhuma fortuna capaz de me sustentar e nem fui ganhadora da Mega-Sena - e estou longe de ser, porque nem jogo. Portanto, só me resta escolher (ou pelo menos tentar) qual vai ser o tipo de companheiro que eu terei, se não pelo resto, por um bom tempo na minha vida. E essa consciência, eu só tenho agora, depois de ter passado por mais da metade de uma graduação, ter parado de estudar porque comecei a trabalhar e estar prestes a retornar aos estudos e concluir minha escolha.

Parece que ganhei uma nova chance. Do destino, sei lá de quem, de mim mesma, mas ganhei uma nova chance de escolher. O que fazer? Agora, 5 anos depois de minha primeira escolha diante de um vestibular, as dúvidas são outras. Não é sobre o curso em si que eu tenho pensado. Mas sim sobre a profissão a que ele leva. E como não pensar na remuneração? Dinheiro é mais que necessário. É essencial, infelizmente. 

Eu, que não sou apaixonada por nada, fico perdida. Quero um trabalho que possa me dar oportunidades de encontrar felicidade e realização em outros campos, além dele próprio. Um trabalho que possa me dar o direito de fazer um curso de línguas, de viajar nas férias, de ir ao cinema, ao teatro, ao show bacana que vai ter no fim-de-semana, de comprar um bom presente pra minha mãe no seu aniversário, de frequentar uma boa academia, de continuar fazendo curso de teatro, de pagar as prestações do financiamento de uma casa, de juntar grana pra comprar um carro, de fazer uma previdência privada, construir uma família, dar uma boa educação ao meu filho, decorar o quarto do bebê com girafas, elefantes, macacos e zebrinhas e, enfim, comprar os sapatos da vitrine. 

Será que estou querendo demais? 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

"É quando a gente faz algum sentido"

existe aqui uma urgência. tenho me sentido como uma ambulância em alta velocidade, luzes piscando e sirene ligada. não quero ter que pedir licença. quero entrar, quero sair. quero seguir adiante. eu quero enlouquecer. 

preciso parar de descontar em notas ficais espalhadas pelas minhas bolsas toda essa necesidade absurda de sair por aí. essa vontade de ser tantas coisas. de comer de todos os pratos. de beber de todas as fontes. esse meu desejo ardente de sair à noite e cantar todas as músicas. de aplaudir, festejar, comemorar, celebrar, brindar. 

estou cheia de ficar sentada. de navegar, apenas, sem conseguir sentir o sabor das coisas. estou cheia de entrar em ônibus. de acordar sempre no mesmo lugar, depois de tantos sonhos com tantos outros lugares.

eu estou cansada. meu corpo precisa de alguma coisa. não aguento mais tantos números. tantas obviedades. não quero chegar a nenhuma conclusão exata. e chega de fazer tantos planos. faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. porque é que a gente precisa sempre ser sensata?

eu preciso do remédio da loucura. estou doente de tanta sanidade. 


o título foi roubado da Jaya, 
que com um comentário apertou um botão em mim 
que deixou tudo aqui assim. 

quinta-feira, 28 de abril de 2011

lá dentro

... mas lá no fundo existe uma vontadezinha roxa me chamando. me cutucando o corpo, sem parar. aquela coisinha que me faz deixar o olhar triste. me faz olhar pra trás e sentir saudade de coisas que se foram, sem ao menos terem sido qualquer jeito. mas é que foram assim, desse jeito que vão me fazer suspirar  pra sempre, aqueles dias. aquelas horas. aquelas madrugadas. aqueles olhos. as nossas bocas. os meus cabelos.

nostalgia. passo a língua pelos lábios pra tentar sentir um restinho do gosto de alguma felicidade que um dia foi projetada. pra tentar adivinhar como seriam os planos que eu não fiz porque me contive. 

impossível não pensar. difícil não enlouquecer. 


Improvável

Essa semana estamos falando sobre os ditados populares. Frases sábias (ou nem tanto) que estão sempre prontas pra sair da boca de qualquer um em diversas situações.

Você enxerga bem? 

Pra mim, "o pior cego é aquele que não quer ver". E é sobre isso que eu postei hoje,

Beijos!
:)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Noites de 5ª - Capítulo IV - O PM

"Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem"
Fernando Anitelli


Cheguei em casa com pressa. Arranquei a roupa e corri pro banho. Pensei em desistir. Inventaria uma desculpa. Desligaria o celular. Diria a verdade. Diria que era uma loucura, que eu estava com medo, que eu não queria. Mas eu queria. Queria muito. Vesti a calcinha que ele iria rasgar. Passei o perfume que ele iria cheirar. Arrumei o cabelo que eu queria que ele puxasse e me segurasse como uma fêmea faminta. Olhei no espelho meu corpo nu, pedindo pelas mãos que eu ainda não conhecia.

O celular tocou e eu conversei com calma. Tentei demonstrar uma naturalidade suave na minha voz. Eu queria enlouquecê-lo, mesmo sem saber como era ele louco. Calcei as sandálias de salto e saí com a pressa de quem queria que tudo acabasse logo. Com a ansiedade de voltar pra casa ainda viva.

Quando cheguei e fui ao seu encontro, imaginei ele olhando meu corpo e se excitando com meu olhar tímido. Não quis pensar se eu tinha gostado ou não de como ele era. Não quis reparar em detalhes. Não quis guardar seus traços. Nem quis olhar em seus olhos. Me beijou e eu fui ficando menos trêmula, levemente tonta, senti meu corpo mais inclinado para o seu. Senti a arma na sua cintura. Me excitei. Imaginei ele a segurando no meu pescoço e me mandando abrir as pernas.

Poucos minutos depois eu estava na cama com ele. Confundindo seu cheiro com o meu. Conhecendo aquele corpo de um desconhecido. Excitada com o perigo de não chegar mais em casa. Olhava pra arma na cabeceira da cama e me segurava pra não delirar. Sentia sua força me puxando pelos cabelos e devorando meu corpo. Queria que ele abusasse de mim inteira. Que me mandasse fazer qualquer coisa. Queria me sentir usada por ele. E foi quando ele me encostou na parede e me pegou por trás que eu derreti. Meu corpo todo arrepiado e eu senti escorrer pelas coxas a delícia daquela noite.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Hoje é dia...

não, não é dia de comprar móveis nas Casas Bahia!

É dia de ler meu post no Meninas Improváveis!!


Essa semana a gente fala sobre propaganda. Dá uma passadinha lá!!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Resenhas II

 Odilara no Butiquim Santo Antônio



Na tarde de sábado, 26 de março, eu fui experimentar um sambinha no Butiquim Santo Antônio. Por recomendação de um primo que já mora em Belo Horizonte há quase três anos, escolhi esse lugar para ir como presente de aniversário um pouco atrasado, já que no dia mesmo, não tive grandes comemorações.

A primeira imprensão que tive do lugar foi ótima! Um espaço bem aproveitado, decoração simples mas de bom gosto, garçons muito educados, cerveja geladíssima! Quando chegamos a casa ainda estava vazia, porém todas as mesas já haviam sido reservadas. Ocupamos então um balcão, que fica estrategicamente de frente pro palco. Para entrar no clima, enquanto não começava o show, tocava um CD que eu adoro: o EletroFunkSambaGroove, do Luciano Huck. E depois foi exibido um DVD que já havia assistido na casa desse mesmo primo: o Casa de Samba, com apresentações de artistas consagrados no samba acompanhados de outros inusitados. Como as músicas me agradavam muito, já fui me animando. A tarde foi indo embora aos poucos e a casa enchendo de gente (bonita!) na mesma medida. Quando me dei conta, já tava lotado!
Então a banda Odilara subiu ao palco e fez um show delicioso! Eu cantei TODAS as músicas, dancei, me diverti muito! O tempo passou tão rápido... Foi um dia muito gostoso pra mim! Adorei o repertório da banda e a originalidade dos arranjos - coisa difícil de ver em shows de samba, que acabam de certa forma sendo um pouco repetitivos. Virei fã! Já baixei o CD e ouvi vááárias vezes!! Não vejo a hora de curtir mais um shows deles por aí...

Recomendadíssimo!!


E pra quem quiser mais informações sobre a banda, aqui está o Facebook e o Twitter

Beijos!!
:)



quinta-feira, 31 de março de 2011

Quinta-feira!

Dia de dar uma passadinha no Meninas Improváveis!

Espero um comentário de vocês lá!
:)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Desafinada

Se você disser que eu desafino amor  Saiba que isto em mim provoca imensa dor  Só privilegiados têm o ouvido igual ao seu
  Eu possuo apenas o que Deus me deu
Você não entende que eu quero é cantar todas as canções de amor pra você. Só pra você. Que quando eu acordo e olho pra você dormindo ao meu lado, eu quero te dar bom dia dizendo que te amo e cantando. Que quando eu bebo um pouco a mais eu só quero dançar e soltar minha voz pra você, pra te mostrar que meu amor por você e assim tão sem-vergonha. 
Não fica bravo, amor. É que eu tenho que transbordar assim de vez qm quando. Porque aqui dentro tem amor demais pra você. Abra os ouvidos pra mim.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Hoje é quinta!

Meu dia no Meninas Improváveis .
Quer saber o que a gente anda falando?

Corre lá!

Beeijo. =)

quarta-feira, 16 de março de 2011

março de 1987

na madrugada do dia 16 de março de 1987 nasceu uma menina. cabeluda, feia, calada. nem chorou. foi preciso o Dr. Wagner - médico que fez o parto, dar um tapa em seu bumbum pra que ela soltasse o choro e o ar.

passaram-se 24 anos. hoje, a menina cresceu e continua calada. mas se fala, não pára. e só chora quando ganha uns tapas dessa vida. mas sabe que apanha pra acordar e soltar o ar.



não sei porque esse ano o meu dia tá diferente. talvez eu esteja sentindo falta de família, amigos e meu amor por perto. talvez eu preferisse esquecer disso e ficar sozinha mesmo. não sei. mas ainda não deu vontade de comemorar.

segunda-feira, 14 de março de 2011

multiplicam-se

os números. eles, que me olham com essas caras redondas e me confundem. eles, que sempre fizeram bagunça na minha cabeça e terror nos meus extratos bancários.
agora eles são minha rotina - palavra maldita!
estão nas dotações orçamentárias, nas fichas, nos programas, nos itens de despesa, nos valores das cotas base e adicional. estimativo, ordinário ou glogal. ordinários! malditos!
me perseguem, esses injustos. todos sempre tão certinhos. uma troca infeliz entre eles pode causar uma confusão maior ainda na minha cabeça.
eu aqui, cercada por todos eles. preenchendo formulários infinitos. somando, multiplicando, subtraindo, dividindo. me canso.
e só penso numa fuga louca para as palavras, pra poder brincar entre letras e ser feliz juntando sílabas.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Noites de 5ª - Capítulo III - O adeus ao cafajeste

"Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem."
Fernando Anitelli

Eu não consegui largar o celular. Lia a mensagem toda hora. Lia, sorria, fechava os olhos, sentia o coração apertando, lia denovo, e assim por diante. Não conseguia chegar a nenhuma resposta. Nem conseguia saber ao certo o que eu estava sentindo com tudo aquilo. Na verdade, desde o dia em que ele se mostrou "ocupado" demais pra me ver, após ter ido aos poucos esquecendo todo aquele carinho e aquela adimiração inicial que tinha pela minha pessoa e se mostrando cada vez menos interessado, eu sabia que esse dia iria chegar. O dia em que eu teria a chance de escolher.

Sim, porque quando eu tive crises de ciúme sem sentido e me mostrei do avesso pra você, eu não tive escolha. Quando eu passei dias e dias fazendo de minha esperança em te ter pra mim, a razão da minha vida, não pude decidir que era aquilo que eu realmente queria. Quando eu te ligava antes de dormir só pra ouvir sua voz e depois fechar os olhos pensando no seu jeitinho fofo de falar, não tinha domínio sobre minhas vontades. Estava cega. Completamente cega. Do jeito que as mulheres costumam ficar, quando se apaixonam.
E só eu sei como doeram os machucados do tombo que eu levei, quando recebi aquela mensagem, dizendo que estava "ocupado". E foi assim mesmo, entre parênteses. Mas foram apenas arranhões. Tratei de curá-los com beijos quentes, pegadas fortes, puxões de cabelo, susurros de "cachorra" no ouvido, goles e mais goles do veneno que tanto me agrada. Agora já passou. E nem quero saber das cicatrizes.
Hoje, eu posso escolher. Tenho em minhas mãos o poder de decidir se me entrego agora à sua cafajestagem enrustida ou me "ocupo" com outra coisa mais interessante. Ou menos, porém mais saudável. Tá bom, talvez nem tão saudável.
Então eu me esmago toda por dentro e respondo que marquei um cinema com minha amiga, apesar de estar na frente da tv com uma panela de brigadeiro, assistindo a mais uma comédia romântica.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Hoje é meu dia...

...no Meninas Improváveis! Então passa lá pra conferir o que a gente anda discutindo!!

E não se esqueça de deixar seu comentário!

Um beijo.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Cara

Já ouvi dizerem por aí que o cordão umbilical une pra sempre mãe e filho (a). Entre pai e filho (a) não existe cordão umbilical. Então, mesmo tão distantes um do outro, o que será que nos une?
O que nos une, são as rugas na testa, que eu com 23 anos já tenho, bem marcadas, como se ele as tivesse desenhado em mim, olhando seu rosto no espelho, pra que ficassemm assim tão parecidas. O que nos une são nossos sonhos. Os seus, que vou conhecendo aos poucos e sem querer os vejo misturados aos meus. Com esses sonhos vêm também alguns medos, uma ponta de insegurança, mas, em compensação, uma força que cresce dentro da gente e nos faz acordar com mais coragem para vencer o dia. O que nos une é uma fé imensa que aprendi a ter com ele. O que nos une são as conversas (que têm me feito tanta falta!) longas no Messenger, sobre vida, sobre amores, sobre nós. O que nos une é uma família linda, que já disse, é meu exemplo, o que me fortalece enquanto pessoa, ser-humano. O que nos une é uma paixão por um time de futebol que eu nem sei como explicar. O que nos une é a certeza de que não importa como, mas o fato é que nos amamos. E esse amor que está aqui dentro de mim e sei também que está dentro dele, sem precisar de nada para que exista.
Sempre estivemos muito distantes um do outro. E talvez seja assim pra sempre. Eu o conheço pelas poucas pistas que ele me dá sobre sua personalidade. Tão discreto, fechado, sério. Vai se revelando aos poucos através de nossas músicas ou de suas histórias de infância que me conta durante o almoço de domingo. E em cada detalhe, eu procuro um pouco de mim. Se encontro, fico feliz. Me orgulho. Às vezes, em discussões sem sentido com minha mãe, ela brava, grita: "Marcelino! Você é igualzinha ao seu pai!" E então eu não sei se choro ou se sorrio. Me calo, mas no fundo, me orgulho, sempre.
Talvez nunca vamos nos conhecer completamente. Ainda temos tanto a falar, tanto a viver. Mas hoje, aos meus 23 anos e seus 46, eu sou sua fã. Pra mim, ele é "o cara"!
Feliz aniversário!
Um pouco atrasado, mas de verdade.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Meninas Improváveis

Hoje, falo sobre esquecimento e memórias no Meninas Improváveis.
Então, não se esqueça de dar uma passadinha no Blog, conhecer as outras Improváveis e deixar seu comentário!
Um beijo.
;)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

fotografia II

com um brilho inconfundível nos olhos e as mãos trêmulas, ela chega ao restaurante combinado, na hora certa. senta-se à mesa reservada para dois e diz ao garçon que está aguardando uma pessoa. pede uma água. a ansiedade faz ela folhear o cardápio rapidamente e mexer nos cabelos compulsivamente. passam-se alguns minutos e o garço volta, incoveniente, perguntando se ela deseja mais alguma coisa. ela não poderia dizer ao garçon quais eram os seus desejos. jamais poderia lhe contar que o que ela quer é beijar aquela boca macia novamente. e sentir um perfume que a deixa excitada. e juntar seu corpo no dele, como se não houvesse mesmo nada que os separasse.
ela pega a bolsa, ao sentir a vibração do celular silencioso. uma mensagem. mais uma desculpa. uma lágrima discreta. ela entra no táxi e vai embora. com a lingerie sexy que esperou tanto por ele. com o vestido novo que comprou pensando nele. com as mãos vazias. sem anéis, sem aliança. ficaram pra trás todos os beijos. ela não pode contar sobre o curso novo, não pode sentir o seu perfume, não pode se embriagar e se entregar, como queria apenas.
enfim, só lhe resta voltar pra casa.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

era pra ser

Quando alguma coisa dá errado na vida da gente, tem sempre alguém pra dizer: é porque não era pra ser, um dia você vai ver que foi melhor assim, ou, ainda: foi porque Deus quis.
Ok, tudo bem. Talvez isso me ajude a esquecer um pouco. Me destrair da decepção.
Mas no fundo eu sei que era pra ser, sim! Porque não era? Eu fiz tudo direito dessa vez. Me dediquei, sim. Estudei, sim. Rezei, sim. E eu fui bem. Fui ótima! Tirei a maior nota desde que comecei a enlouquecer com essa história de concurso. E aí eu abro a página pra ver o resultado - tão esperado - e descubro que a nota da redação foi baixa? Como assim? Não, ainda não dá pra aceitar. Eu nem precisaria ter fechado a redação (como já fiz em outros concursos), se minha nota fosse 85, 10 pontos a mais do que os ridículos 75 que me deram, eu estaria lá, dentro das vagas previstas no edital e nas nuvens, porque seria funcionária da Universidade Federal de Minas Gerias, sairia dessa Prefeitura meia-boca e estaria mais perto da Lagoa da Pampulha.
Mas tudo bem, não era pra ser né? Vou fingir que acredito.
Mas aí eu vejo um rapaz fazendo malabarismo com uma bola de cristal no sinal. Vejo nos olhos dele os sonhos, pulsando, gritando, berrando, cantando. E aí eu sorrio.
Continuo confiando. Sei que existe uma força maior que vai me levar pro MEU lugar.
Meu coração vai ficar tranquilo, eu sei.
Novidade: a partir de quinta-feira que vem eu começo a bloggar no Meninas Improváveis! Espero vocês por lá!
Beijos.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Resenhas

Nº1: Chico Amaral Quarteto no Café 104




Na última sexta-feira, eu e Pablo fomos conferir a apresentação de Chico Amaral Quarteto no Café 104, na Praça da Estação, aqui em Belo Horizonte. O show faz parte da programação da edição 2011 do Verão Arte Contemporânea, que vai até fevereiro e conta com diversas apresentações musicais, teatrais e audiovisuais. Havia a expectativa de ver um dos ídolos do Pablo, o baixista Enéias Xavier, porém, o cara não apareceu - uma pena. Mas o baixista que se apresentou também era muito bom. O show foi uma delícia! Eu não sou muito entendida de jazz, mas o som me agradou muito. Pra quem não sabe, Chico Amaral fazia parte do trio de metais da banda mineira Skank. E para prestigiar o antigo companheiro de palco, esteve presente o vocalista da banda, Samuel Rosa.


O Espaço 104 é um lugar muito agradável e de muito bom gosto. Conhecemos apenas o Café 104, mas sei que o espaço ainda conta com um cinema e uma área para exposições. O Café é amplo, com uma decoração bem simples, mas muito bonita. Assim que chegamos fomos muito bem recebidos, o que se repetiu durante a noite toda. Outro detalhe que me conquistou no lugar, além do ótimo atendimento, foi uma idéia que eu gostaria que existisse em todos os bares. Ao invés de uma toalha, sobre a mesa ficam folhas de papel pardo e um porta-lápis com giz de cera e lápis de escrever. Eu e o pablo fizemos nossas obras de arte e eu me diverti muito com os brinquedinhos. Foi muito gostoso passar a noite rabiscando enquanto curtíamos uma boa música.


O cardápio do lugar também me agradou muito. Apesar de pouca variedade de comida, o petisco que pedimos estava delicioso e nem tão caro como em vários lugares do mesmo nível de BH. Na verdade, eu que ainda estou estranhando um pouco o preço das coisas aqui, já que estava acostumada com o preço dos butecos de Ouro Preto e Congonhas.


Enfim, foi uma ótima noite! Adorei o Café 104 e espero poder voltar lá em breve. Recomendo para todos!




Link para o site aqui.
A foto é do site do Espaço 104.

Nesse fim-de-semana surgiu a idéia de fazer esse post fixo. Aliás, quase fixo. A intenção é postar aqui comentários sobre os lugares que eu for conhecendo em Belo Horizonte e também outros que eu frequente no interior. Além de minhas humildes opniões sobre peças teatrais, filmes e shows. Espero que dê certo!








segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

fotografia

o casal entra no bar. nota-se nas mãos dela uma ansiedade discreta e nos passos dele a denúncia de suas incertezas. eles conversam, ainda tímidos. nas mãos dele, uma aliança dourada explica seus passos incertos. nas mãos dela, apenas um anel de camelô explica as batidas descompassadas no peito. a noite vai passando acelerada. a cerveja desce rapidamente. ela sorri, esquece a chuva caindo lá fora e então passa a só ter olhos para os lábios dele. ela só pensa em beijá-lo. nada mais importa. só existe ali desejo, carinho, paixão.
aos poucos ele esquece o medo. se entrega ao convite das mãos dela, tão macias, em sua nuca. ele escuta as histórias bobas dela e sente vontade de fazer parte. ele sonha em ter seu nome nas loucuras que ela vai contar pra melhor amiga na semana que vem.
a noite passa. as bocas não querem mais se desgrugar. eles já não escodem de ninguém que há entre eles uma coisa que ainda não sabem o nome - ou não querem assumir que sabem - mas que os faz assim, tão necessitados um do outro.
os dois saem em direção ao desejo, que só aumenta. ela o arrasta pra chuva. não há nada a perder. e ela vai, pra qualquer lugar. ela está de mãos dadas com ele, e isso é o que vale.
um se perde no outro. a noite vai, cada vez mais rápido, cada vez mais intensa. agora é um corpo que se joga no outro, sem vontade de voltar.
ela faz manha, faz carinho. gosta de ouvir a voz dele a chamando de "minha". adora ser dele. se entrega no meio de uma brincadeira louca, em um pra sempre que ela sabe que tem hora pra acabar. no fundo ela só quer oferecer seu colo, sem pedir nada em troca. mas ele insiste em dar prazer, em fazer com que se sinta desejada. ele abusa da vaidade dela. e aí, ela se perde. quando se dá conta, já está nas mãos dele. ele pode fazer o que bem quiser.
não há porque negar que havia ali, naquele quarto, rastros de paixão por todos os cantos.
mas em algum momento, essa noite acaba. e quando amanhece, só fica uma saudade.
que encomoda.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

notas de uma amante

"Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz"
Chico Buarque
é que me dá vontade de cuidar de você. quando eu olho pra essa sua cara, logo de manhã. enxergo em você tanta beleza. não consigo desgrudar do seu corpo. imploro pra que o relógio pare, pra que nada me desperte de tanto encanto. faço promessas pro dia não acordar. pra que a manhã não se estenda na nossa cama. na sua cama, que faço minha. na minha cama, que é só sua.
é que eu não me canso de você, nunca. nem de suas besteiras ao meu ouvido. nem de seu humor palhaço que me faz rir por mais que eu não queira. e eu sinto falta de suas mãos junto às minhas quando vou à padaria comprar Coca-Cola. e meu sorriso muda todo quando sei que você está a caminho. e a minha espera por você é sempre linda, é sempre amor nos meus olhos quando você está chegando.
e hoje me deu vontade de pintar quadros pra nossa casa. e de fotografar nosso futuro. e de enfeitar meu quarto de você.
é que eu tenho vontade de cuidar de você. todos os dias.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Noites de Quinta - Capítulo II - O garçon - parte 1

"Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem."
Fernando Anitelli
Janeiro, férias, nada pra fazer, sem grana pra viajar e sem namorado. Eu e a Júlia resolvemos sair à tarde. Adivinha pra onde fomos? Shopping, claro. Resolvemos correr atrás de alguma liquidação, mas acabamos mais cansadas do que satisfeitas com as compras. Eu ando com culpa pra tudo. Não consegui comprar muita coisa. Após experimentar cada peça de roupa a pergunta que vinha à minha cabeça era: você realmente vai ser mais feliz com essa blusa? O que ela pode fazer por você? E assim, lembrando da minha atual situação finaceira, fui adiando vaidades. No fim da tarde eu estava exausta. Saímos do shopping acompanhadas por um milk shake de chocolate e com menos sacolas do que eu gostaria. No meio do caminho pra casa o celular da Júlia toca e ao ver quem era ela fez a cara de safada que eu sem bem o que significa. Como ela estava dirigindo, pediu pra que eu atendesse.
- Vai, Marcela, atende. Fala que sou eu. Esse cara nem sabe direito como é minha voz.
- Ai, Júlia! Não vem me arrumar encrenca...
- Atende logo, Marcela!!! Quem sabe a gente arruma alguma coisa pra fazer hoje a noite?
- Ah, tá bom. Alô?
- Oi, Júlia... tudo bem?
- Ei, tudo e vc?
- Sabe quem tá falando, né?
- Sei, claro... (risos)
- Então, o que você vai fazer hoje à noite?
- Ah.. por enquanto nada... tô com uma amiga, tô indo pra casa. Fomos no Shopping fazer umas comprinhas.
- Então... vai rolar uma festinha de um amigo meu hoje. Ele vai comemorar o aniversário lá no bar. Aí vai ficar fechado só pra galera convidada. Você não tá afim de ir?
- Hummm... que horas?
- A partir das dez... chama sua amiga pra ir junto. Vai ficar bacana lá. E hoje eu vou só curtir, nem vou trabalhar.
- Ah, tá bom. Eu vou ver com ela aqui e te ligo de volta, pode ser?
- Claro, gata! Fico te esperando então. Um beijo.
- Beleza! Beijo.
- Ele tá chamando a gente pra ir no aniversário de uma amigo dele. Quem é esse cara, hein? Que cara é essa? Te conheço, Júlia... pode me contar.
- O nome dele é Bruno. Ele é garçon. Gatíssimo. Super gostoso. Não podemos perder essa festa.
A Júlia me deixou em casa pra eu me arrumar e mandou uma mensagem pro celular dele confirmando nossa presença. Eu nunca tinha ouvido falar no bar em que o Bruno trabalhava, mas ela me garantiu que eu ia adorar o lugar.
Chegamos lá por volta de 22:30 e já tava até cheio! Um pessoal bonito, até. Tanto mulheres quanto homens. O bar era muito bacana mesmo! Música boa, decoração chique. Logo que entramos o Bruno nos viu e veio nos cumprimentar.
- Júlia, que bom que você veio!
- Ei, Bruno! Deixa eu te apresentar, essa é a Marcela...
- Oi, prazer, tudo bom?
- Beleza, Marcela? Fique a vontade, tá?
- Obrigada!
O moço (lindo mesmo!) foi buscar cerveja pra gente e nos apresentou ao aniversariante, que era feinho, tadinho, mas muito simpático.
A noite foi passando e o Bruno não saía de perto de nós. Conversamos muito, dançamos, bebemos. Foi uma noite incrível.
Já era tarde quando eu fui ao banheiro com a Júlia e perguntei se ela não ia pegar o Bruno. Ela disse que tava muito afim, mas que só ia rolar com uma condição: eu teria que ir junto.
Eu fiquei arrepiada na hora que ela me olhou e disse isso. Olhei pra ela e pensei em fingir que não tinha entendido, levar na brincadeira. Mas apenas retoquei o batom e abri um sorriso. Voltamos pro bar e ela foi falar com ele.
o Bruno sorriu pra mim enquanto a Júlia falava ao ouvido dele. Eu quase morri de vergonha, mas retribuí o sorriso. Saímos da festa sem falar com ninguém. A Júlia jogou a chave do carro pro Bruno e disse pra ele nos levar para "aquele lugar".
Entrei no carro com o coração disparado e as pernas tremendo. No fundo eu sabia que só ia me divertir...
Chegamos a um prédio simples, perto do bar. Era a casa do Bruno. Ele morava sozinho numa kitnet. Era garçon nesse bar e fazia uns bicos de modelo fotográfico.
Ele foi entrando e tirando a camisa branca que vestia. A Júlia abriu a geladeira e pegou 2 cervejas. Entregou uma pra ele e a outra pra mim.
- Querida, hoje nós vamos dividir a cerveja e o homem. Amigas são pra essas coisas, né?
O Bruno me agarrou e começou a me beijar de um jeito que parecia me hipnotizar. Quando percebi a Júlia já tava arrancando o resto da roupa dele. Não demorou muito pra eu estar na cama com os dois. Não queria pensar em como eu ia olhar pra cara da Júlia depois, mas eu não conseguia parar.
Acordei abraçada com o Bruno. Ele passou a mão nos meus cabelos e disse no meu ouvido que tinha gravado seu número no meu celular. A Júlia tinha deixado um bilhete de bom dia pra nós dois. Voltei pra casa de ônibus, com aquele sorriso de "a noite foi boa".