sábado, 20 de agosto de 2011

Será o testosterona?

No meio de todas as características que podem fazer um homem deixar uma mulher de quatro - em todos os sentidos - o que mais me chama atenção é o poder. Tem homem que tem beleza, inteligência, charme, delicadeza, bom-humor, cultura. E tem homem que tem poder. E esse poder faz ele parecer ter - se ja não tiver - todas as outras características fatais pra fazer uma mulher se entregar. Não se trata de poder aquisitivo, apenas. Esse poder não está necessariamente ligado à conta bancária do rapaz, apesar de um fator muito importante. O cara pode ser milionário e não ser poderoso. Mas tem aqueles que sabem transformar pouca coisa em muito poder.

Existem homens que passam uma imagem que se querem, podem. E podem TUDO. Os amigos, sempre fazem o que ele quer. Na família, ele é o príncipe. No trabalho, ele é o cara. E claro, se ele pode TUDO, ele pode com você. Então você chega a ficar sem escolhas. O cara pode tudo. Você não tem nem como negar, você vai ser a próxima conquista dele.

Esse tipo de homem fala com você olhando nos seus olhos. Ele não tem medo de se mostrar. Ele não precisa se fingir de santo, muito menos de bom moço. Mas ele te garante que, mesmo te querendo pra uma sacanagem de algumas horas, ele é um cara legal. Se você tiver sorte, ele pode ser muito legal com você. Mas só se você tiver bastante sorte. Ou se você souber tirar dele o melhor.

Aos poucos, ele vai se tornando perfeito aos seus olhos. Além de lindo, ele demonstra ser inteligente, gentil, educado, e, de quebra, bem-humorado. Quando ele concorda com você em alguma coisa, você se sente mais especial. E quando ele discorda, você se sente desafiada e com isso, fica ainda mais seduzida. Ele até deixa você perceber um ou outro defeito, mas você acaba os transformando em pequenas características que quase não têm importância perto das outras qualidades do rapaz.

Esse é o pior tipo. Aquele que pode fazer uma mulher se entregar pro resto da vida. E se arrepiar ao se lembrar daquelas poucas horas (ou muitas, quem sabe?) que esteve sob o seu poder.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Lá em 2012...

Depois de limpar a casa com aquele desinfetante que tem cheiro de quarto de bebê, vou estender na minha cama uma colcha de retalhos - na verdade, hoje em dia se encontra nas lojas algo mais parecido com patchwork, que é uma graça - e ajeitar nosso porta-retrato no criado-mudo. Vou recolher do varal as toalhas macias e cheirosas e guardá-las na gaveta da cômoda, prontas pra que, depois daquele nosso banho quente e gostoso, você deixe na azul o seu cheiro. 

O Chico virá em minha direção, ronronando, pedindo carinho, manhoso como sempre. Pegarei seu leitinho e sua ração e colocarei ao meu lado, perto do sofá. Enquanto ele bebe o leitinho contente, eu pego uma colher de goiabada e ligo o som. Ouviremos juntos o Erasmo, cantando nossa música preferida. Na cozinha, a água já está fervendo no fogão. Logo eu vou passar o café. A manteiga derrentendo no pão... sessão da tarde na TV. Chico deita no meu colo, pisca os olhinhos azuis com carinho pra mim. Peço a ele que me prometa que não vai mais comer os brotinhos da samambaia. Ele só olha pro lado e eu me lembro que também não aprendi a cumprir todas as promessas. 

A noite vem chegando e depois do meu show acústico no banho, me lambuzo de hidratante de camomila e lavanda. Visto aquela velha camisola de algodão e vou pra cama com o Rubem Alves.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

mesmo assim


Entre as esquinas do nosso olhar 
Aprendo então, de uma outra
maneira
Que um dia pode valer mais
do que a vida inteira
Kadu Vianna

mesmo que fosse de longe, ou por menos de um minuto. mesmo que depois eu fosse pra casa com olhos cheios de nuvem, segurando forte pra que o coração não saísse pela boca. mesmo que fosse pra você quase me ignorar na manhã seguinte. mas que me ignorasse de vez na manhã seguinte, e não agora. não hoje, que eu penso tanto, quero tanto, lembro tanto. 

e mesmo que você não saiba e talvez nem desconfie, eu estou por aí, te mandando beijos. eu estou te vendo nos carros que passam na minha frente. eu estou te escutando nas músicas que tocam na rádio. eu estou te chamando na minha cama, pra trazer meu sono, pra me matar de cansaço e me deixar descansar dessa saudade.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

sábado

enquanto massageia os cabelos com as mãos lambuzadas de creme, lembra das mãos dele, que certa vez, lambuzadas de creme de morango passearam pelo seu corpo e perfumaram cada curva. 

enquanto pintas as unhas de vermelho, lembra das marcas de batom espalhadas pelo pescoço dele - vestígios de uma madrugada entre tantas que se transformaram em lembranças que trazem suspiros.

enquanto veste a calcinha roxa, sente um calor na nuca ao lembrar das mãos que já a tiraram deslizando pelo bumbum sem pressa de chegar aos pés.

se olha no espelho. 
coloca o vestido novo, os brincos, os sapatos de salto. 
joga o cabelo de lado e passa a contar os minutos pra que ele venha depentear.