sábado, 8 de maio de 2010

das coisas que te farão inesquecível*

"só enquanto eu respirar..."
o teatro mágico



toda vez que eu for assistir a um show, me lembrarei dos seus comentários sobre o som. irei a frente do palco e tentarei enxergar quais são os instrumentos, as caixas, qual é a marca que o cara usa. e quando eu for comprar calcinhas, me lembrarei que vc gosta das mais simples, de algodão. pretas ou vermelhas. mas que não escondam tanto o meu bumbum.
quando chegar uma revista nova, lembrarei de você folheando as velhas espalhadas pelo meu quarto. das suas rizadas sobre as matérias e da pergunta: porque você assina isso, Carolina?
todos os dias, quando acordar, me lembrarei de você ainda aqui na minha cama. tomando conta do meu travesseiro. se enrolando no meu edredon. me agarrando e tirando casquinha de mim. você, com sua cara amassada, seu cabelo desajeitado, sua boca sexy fazendo bico. seu corpo jogado na minha cama assim, de qualquer jeito. sua roupa jogada pelo chão, de qualquer jeito. e eu, jogada em qualquer lugar. perdidamente apaixonada. e querendo acordar com você todos os dias.



*texto pensado durante o show de ontem, aqui em Ouro Preto, do O Teatro Mágico e escrito agora, na manhã seguinte. uma noite inesquecível. uma manhã pra sempre desejada.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Almeida

Almeida é o lado que eu chamo de família. porque Lacerda, de tanta bagunça, infelizmente não pode ser bem assim, apesar de família ser estranho mesmo, né? mas Almeida é de verdade. lá, aos domingos, quando todos os tios e primos estão juntos pro almoço e a mesa está recheada de coisas deliciosas e feitas com tanto amor, a gente dá as mãos e reza. quando meu avô era vivo, ele dizia umas palavras. e todos nós apertávamos as mãos uns dos outros, compartilhando de uma união que nem todos os quilômetros de estrada nos separam. agora, cada vez é um. e meu pai, quando fala, sei que sente o mesmo nó na guela que eu. e eu seguro as lágrimas, porque tenho vergonha. mas guardo cada um desses momentos como aprendizado. quero levar meus filhos lá. quero que eles sintam o mesmo que eu sinto desde pequena, no contato de sangue e de amor.
e lá todo dia é festa. cerveja não falta. nem música boa. foi lá que eu aprendi a gostar de um tanto de música boa. com meu pai, claro.
no último natal, eu me emocionei. não dá pra explicar, mas mesmo não estando presente na maior parte do tempo, quando estou lá me sinto parte daquela energia boa. as pessoas se amam, se respeitam acima de tudo. se valororizam pelo que são. e querem o melhor pra todos, sem distinção. o abraço da vó Lica é tão sincero. e o sorriso, o beijo no rosto. é só amor. muito amor.
e nesse fim-de-semana, fui visitar um primo em BH. um que é como se fosse o irmão mais velho que não tive. e foi família, mesmo. o tempo passou rápido e cada momento me fez tão bem. curtimos um samba num boteco. tomamaos cerveja juntos. rimos, dançamos. falamos do Timão. lembramos do meu pai e deu muita saudade.
com eles eu aprendi que é bom ser honesto. que quem acorda cedo e rala o dia todo pra ganhar o pão de cada dia, é que tem valor. que contar com Deus e ter fé, é confortante. é o que nos dá força todos os dias. que a saudade machuca, mas o amor que une uma família é mais importante e muito maior que qualquer estrada.
talvez seja meu vô Batista, que lá do céu nos une sempre. e faz a sementinha do amor que ele plantou dentro de cada um, crescer e dar frutos.

Almeida é o meu orgulho.