sexta-feira, 30 de março de 2012

Cinco

Tá difícil tentar ser filha, amiga, namorada, servidora, estudante e eu. Tudo tão depressa, que escapa dos meus dedos qualquer pretensão de perder tempo. Me sinto perdida entre um passo adiante e uma volta atrás. As tentativas de estar em todos os lugares desejáveis com todas as pessoas que amo ao mesmo tempo são inúteis. O final de semana cada vez mais curto. Começa na noite de sábado e termina junto com o domingo que a gente quando sente, já passou. 

E no meio de trabalhos, horários, ônibus lotado, entrevistas, textos e notas de empenho eu vou me distanciando de uma boa conversa com amigas, de uma visita à minha vó, de um papo gostoso com a minha mãe, de um cafuné numa cama cremosa e quentinha.
 
Não, eu não estou reclamando. Não quero reclamar! Não posso reclamar porque se estou apertada e se meu tempo acaba antes de eu terminar as tarefas do dia, é por ótimos motivos. Estou fazendo coisas que me agradam, que me desafiam e meus olhos brilham com tantas novidades. Mas dói demais essa coisa de ao abrir uma porta, ter que fechar outra. Não quero fechar portas! Quero a casa toda aberta, esperando você chegar.

quinta-feira, 22 de março de 2012

A melhor coisa do mundo





Existe uma coisa mágica, que provoca em mim sensações únicas. Não sei explicar como acontece, mas de repente me sinto envolvida por uma energia que me traz paz, alegria, amor, euforia. Um êxtase. É como se eu estivesse hipnotizada, em transe. Isso acontece quando eu ouço música. 

Mas é claro que não é qualquer música. Tem que ser AQUELA música. A música que se encaixa perfeitamente com o momento, com a pessoa, com o sentimento. E música que se encaixe em mim dessa forma, é o que não falta. São várias as que são capazes de me fazer sentir o coração bater, o nó na garganta, o brilho nos olhos, o sorriso se formando, as palavras saindo devagar da minha boca formando a letra, o meu corpo se mexendo no mesmo ritmo. 

Aprendi esse ritual numa casa muito especial, na Rua do Ouro. Na sala, no terraço, ou em volta da churrasqueira ouvi canções que me tocaram muito e vi meus familiares se emocionando com canções que faziam parte da vida deles. Meu pai, principalmente, é o cara que entra nesse clima mágico e se purifica através do som. Parece que ele vai se refazendo, recarregando as energias e colocando pra fora um turbilhão de emoções que guarda dentro de si. É ali, ouvindo a música, nesse ritual mágico, que a gente transborda.

E foi num desses dias de festa, comida e música boa na casa da Rua do Ouro, que eu cheguei a essa conclusão: música é a melhor coisa do mundo. Estávamos ouvindo Los Hermanos, claro. Mas hoje, ao ler esse post do meu pai, concluí novamente: música é a melhor coisa do mundo. E tenho certeza que em muitos outros momentos essa conclusão virá a tona. 

É tradicional lá nos Almeida ouvir música no volume máximo e cantar mais alto que o som. Não se importar com a afinação ou com o que os vizinhos vão pensar. Simplesmente ouvir, cantar, relaxar e curtir. É um momento único, mesmo que a canção esteja tocando pela décima vez. E eu me rendi a essa tradição. Gosto muito de ouvir e cantar. Ultimamente tenho ficado mais no fone de ouvido, porque a vida em coletivo me priva de certas delícias pessoais. Mas eu juro que às vezes dá vontade de ignorar os que estão em volta e soltar a voz. Às vezes até faço, mas é raro. Sou tímida.

Deve ser por essa coisa com a música, que veio no meu DNA, que eu me apaixonei loucamente por um músico. E pretendo cantar e dançar com ele pro resto da vida.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Velha e Louca

16 de março. 08:47 da manhã. Cena 1:

De frente pro espelho:

- 25 anos. Nossa, como isso é velho.
- Não, fala sério! Quantos anos você tem??
-25. 


É, fiquei velha. 25 anos. Não sou mais menina. Se eu usar uma blusa da Hello Kitty fico parecendo uma tia sem noção. Ah, e eu já sou tia mesmo, de verdade! Mas quer saber? ADORO ser tia. 

Já posso usar creme anti-rugas, salto alto, roupa de trabalho e batom vermelho. Tô velha. Vejo as menininhas de 18, 19 anos e, apesar de rolar uma pontinha de inveja da falta de preocupação delas diante da vida, morro de rir. Penso: vocês são tão ingênuas... 

Ingênua sou eu, que só porque fiz 25 anos tô me achando. Tô me achando mesmo! Tô gostosa, linda e... louca! 

Cantemos com a Mallu: