Já ouvi dizerem por aí que o cordão umbilical une pra sempre mãe e filho (a). Entre pai e filho (a) não existe cordão umbilical. Então, mesmo tão distantes um do outro, o que será que nos une?
O que nos une, são as rugas na testa, que eu com 23 anos já tenho, bem marcadas, como se ele as tivesse desenhado em mim, olhando seu rosto no espelho, pra que ficassemm assim tão parecidas. O que nos une são nossos sonhos. Os seus, que vou conhecendo aos poucos e sem querer os vejo misturados aos meus. Com esses sonhos vêm também alguns medos, uma ponta de insegurança, mas, em compensação, uma força que cresce dentro da gente e nos faz acordar com mais coragem para vencer o dia. O que nos une é uma fé imensa que aprendi a ter com ele. O que nos une são as conversas (que têm me feito tanta falta!) longas no Messenger, sobre vida, sobre amores, sobre nós. O que nos une é uma família linda, que já disse, é meu exemplo, o que me fortalece enquanto pessoa, ser-humano. O que nos une é uma paixão por um time de futebol que eu nem sei como explicar. O que nos une é a certeza de que não importa como, mas o fato é que nos amamos. E esse amor que está aqui dentro de mim e sei também que está dentro dele, sem precisar de nada para que exista.
Sempre estivemos muito distantes um do outro. E talvez seja assim pra sempre. Eu o conheço pelas poucas pistas que ele me dá sobre sua personalidade. Tão discreto, fechado, sério. Vai se revelando aos poucos através de nossas músicas ou de suas histórias de infância que me conta durante o almoço de domingo. E em cada detalhe, eu procuro um pouco de mim. Se encontro, fico feliz. Me orgulho. Às vezes, em discussões sem sentido com minha mãe, ela brava, grita: "Marcelino! Você é igualzinha ao seu pai!" E então eu não sei se choro ou se sorrio. Me calo, mas no fundo, me orgulho, sempre.
Talvez nunca vamos nos conhecer completamente. Ainda temos tanto a falar, tanto a viver. Mas hoje, aos meus 23 anos e seus 46, eu sou sua fã. Pra mim, ele é "o cara"!
Feliz aniversário!
Um pouco atrasado, mas de verdade.
2 comentários:
Fomos programados psicologicamente pra amar nossos pais e vice versa, independente da distancia.
Quando reconhecemos o bem de um pai e o quanto ele tem valor para a gente, nos sentimentos confortado. É como um alicerce, que nos dá o chão onde pisamos. O nosso baú de lições, da qual sempre conseguimos aprender alguma coisa. Mesmo quando menos esperamos, lá estamos descobrindo um pouco de nós, um pouco dos pais.
É assim. Uma mutualidade que encanta.
Beijos!
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