quinta-feira, 19 de abril de 2012

Conta-Gotas



Resposta, eu já sabia que não ia ter. Conheço você o bastante pra saber que não seria diferente das outras vezes. Amo você o bastante pra entender que continuará não sendo diferente. Mas mesmo assim escrevi. Mesmo assim eu tentei me abrir, evitei guardar mais uma mágoa. Preferi tentar adiar por mais um tempo que o copo transbordasse de uma forma que não fosse possível suportar.

Não sei o quanto você conhece de mim. Suponho que seja o bastante pra que saiba que eu espero suas respostas. E hoje, mais do que antes, se eu resolvo falar é porque espero MESMO. Por mais que eu saiba que elas não vão chegar, eu continuo esperando. Mas dessa vez eu esperava outra coisa, não sei se menor ou maior que uma resposta. Eu esperava compreensão. Eu esperava que você conseguisse fazer aquele exercício complicado de tentar enxergar o outro. Eu esperava que você entendesse o sentido de cada uma daquelas poucas palavras que escrevi. 

Mas a gente tem mesmo essa mania feia de esperar demais dos outros. Eu aqui esperando uma resposta sua. Esperando que você me dissesse apenas "tá tudo bem, eu te amo". Não que isso fosse resolver as coisas, mas um carinho seu já me confortaria. Um abraço seu me traria a segurança que nessas horas eu não consigo encontrar. E você daí esperando que eu já tivesse nascido com essa segurança dentro de mim. Esperando que eu não tivesse nenhum dos meus medos ou que não precisasse das suas mãos pra me acalmar. 


Um comentário:

Nara disse...

Sempre esperando do outro. Os dois, duas esperas, às vezes incompatíveis.

Não guarda nada não, Carol. Existe sempre uma maneira de dizer e guardar não é fazer sumir ou esconder, guardar é só adiar. Uma hora aparece por aí. Nos atos falhos da vida.

ps: tava ouvindo "Sentimental" e lendo seu texto...Imagina só.

Beijo