sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Lá em 2012...

Depois de limpar a casa com aquele desinfetante que tem cheiro de quarto de bebê, vou estender na minha cama uma colcha de retalhos - na verdade, hoje em dia se encontra nas lojas algo mais parecido com patchwork, que é uma graça - e ajeitar nosso porta-retrato no criado-mudo. Vou recolher do varal as toalhas macias e cheirosas e guardá-las na gaveta da cômoda, prontas pra que, depois daquele nosso banho quente e gostoso, você deixe na azul o seu cheiro. 

O Chico virá em minha direção, ronronando, pedindo carinho, manhoso como sempre. Pegarei seu leitinho e sua ração e colocarei ao meu lado, perto do sofá. Enquanto ele bebe o leitinho contente, eu pego uma colher de goiabada e ligo o som. Ouviremos juntos o Erasmo, cantando nossa música preferida. Na cozinha, a água já está fervendo no fogão. Logo eu vou passar o café. A manteiga derrentendo no pão... sessão da tarde na TV. Chico deita no meu colo, pisca os olhinhos azuis com carinho pra mim. Peço a ele que me prometa que não vai mais comer os brotinhos da samambaia. Ele só olha pro lado e eu me lembro que também não aprendi a cumprir todas as promessas. 

A noite vem chegando e depois do meu show acústico no banho, me lambuzo de hidratante de camomila e lavanda. Visto aquela velha camisola de algodão e vou pra cama com o Rubem Alves.

2 comentários:

Elaine Gaissler disse...

Lindo texto!

A tendência do Chico é comum, né?! rsrs

Luna Sanchez disse...

Gostei tanto da tolha azul macia esperando pelo cheiro bendito!

Ai, ai...

=)

Beijo, flor.