segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Resenhas

Nº1: Chico Amaral Quarteto no Café 104




Na última sexta-feira, eu e Pablo fomos conferir a apresentação de Chico Amaral Quarteto no Café 104, na Praça da Estação, aqui em Belo Horizonte. O show faz parte da programação da edição 2011 do Verão Arte Contemporânea, que vai até fevereiro e conta com diversas apresentações musicais, teatrais e audiovisuais. Havia a expectativa de ver um dos ídolos do Pablo, o baixista Enéias Xavier, porém, o cara não apareceu - uma pena. Mas o baixista que se apresentou também era muito bom. O show foi uma delícia! Eu não sou muito entendida de jazz, mas o som me agradou muito. Pra quem não sabe, Chico Amaral fazia parte do trio de metais da banda mineira Skank. E para prestigiar o antigo companheiro de palco, esteve presente o vocalista da banda, Samuel Rosa.


O Espaço 104 é um lugar muito agradável e de muito bom gosto. Conhecemos apenas o Café 104, mas sei que o espaço ainda conta com um cinema e uma área para exposições. O Café é amplo, com uma decoração bem simples, mas muito bonita. Assim que chegamos fomos muito bem recebidos, o que se repetiu durante a noite toda. Outro detalhe que me conquistou no lugar, além do ótimo atendimento, foi uma idéia que eu gostaria que existisse em todos os bares. Ao invés de uma toalha, sobre a mesa ficam folhas de papel pardo e um porta-lápis com giz de cera e lápis de escrever. Eu e o pablo fizemos nossas obras de arte e eu me diverti muito com os brinquedinhos. Foi muito gostoso passar a noite rabiscando enquanto curtíamos uma boa música.


O cardápio do lugar também me agradou muito. Apesar de pouca variedade de comida, o petisco que pedimos estava delicioso e nem tão caro como em vários lugares do mesmo nível de BH. Na verdade, eu que ainda estou estranhando um pouco o preço das coisas aqui, já que estava acostumada com o preço dos butecos de Ouro Preto e Congonhas.


Enfim, foi uma ótima noite! Adorei o Café 104 e espero poder voltar lá em breve. Recomendo para todos!




Link para o site aqui.
A foto é do site do Espaço 104.

Nesse fim-de-semana surgiu a idéia de fazer esse post fixo. Aliás, quase fixo. A intenção é postar aqui comentários sobre os lugares que eu for conhecendo em Belo Horizonte e também outros que eu frequente no interior. Além de minhas humildes opniões sobre peças teatrais, filmes e shows. Espero que dê certo!








segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

fotografia

o casal entra no bar. nota-se nas mãos dela uma ansiedade discreta e nos passos dele a denúncia de suas incertezas. eles conversam, ainda tímidos. nas mãos dele, uma aliança dourada explica seus passos incertos. nas mãos dela, apenas um anel de camelô explica as batidas descompassadas no peito. a noite vai passando acelerada. a cerveja desce rapidamente. ela sorri, esquece a chuva caindo lá fora e então passa a só ter olhos para os lábios dele. ela só pensa em beijá-lo. nada mais importa. só existe ali desejo, carinho, paixão.
aos poucos ele esquece o medo. se entrega ao convite das mãos dela, tão macias, em sua nuca. ele escuta as histórias bobas dela e sente vontade de fazer parte. ele sonha em ter seu nome nas loucuras que ela vai contar pra melhor amiga na semana que vem.
a noite passa. as bocas não querem mais se desgrugar. eles já não escodem de ninguém que há entre eles uma coisa que ainda não sabem o nome - ou não querem assumir que sabem - mas que os faz assim, tão necessitados um do outro.
os dois saem em direção ao desejo, que só aumenta. ela o arrasta pra chuva. não há nada a perder. e ela vai, pra qualquer lugar. ela está de mãos dadas com ele, e isso é o que vale.
um se perde no outro. a noite vai, cada vez mais rápido, cada vez mais intensa. agora é um corpo que se joga no outro, sem vontade de voltar.
ela faz manha, faz carinho. gosta de ouvir a voz dele a chamando de "minha". adora ser dele. se entrega no meio de uma brincadeira louca, em um pra sempre que ela sabe que tem hora pra acabar. no fundo ela só quer oferecer seu colo, sem pedir nada em troca. mas ele insiste em dar prazer, em fazer com que se sinta desejada. ele abusa da vaidade dela. e aí, ela se perde. quando se dá conta, já está nas mãos dele. ele pode fazer o que bem quiser.
não há porque negar que havia ali, naquele quarto, rastros de paixão por todos os cantos.
mas em algum momento, essa noite acaba. e quando amanhece, só fica uma saudade.
que encomoda.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

notas de uma amante

"Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz"
Chico Buarque
é que me dá vontade de cuidar de você. quando eu olho pra essa sua cara, logo de manhã. enxergo em você tanta beleza. não consigo desgrudar do seu corpo. imploro pra que o relógio pare, pra que nada me desperte de tanto encanto. faço promessas pro dia não acordar. pra que a manhã não se estenda na nossa cama. na sua cama, que faço minha. na minha cama, que é só sua.
é que eu não me canso de você, nunca. nem de suas besteiras ao meu ouvido. nem de seu humor palhaço que me faz rir por mais que eu não queira. e eu sinto falta de suas mãos junto às minhas quando vou à padaria comprar Coca-Cola. e meu sorriso muda todo quando sei que você está a caminho. e a minha espera por você é sempre linda, é sempre amor nos meus olhos quando você está chegando.
e hoje me deu vontade de pintar quadros pra nossa casa. e de fotografar nosso futuro. e de enfeitar meu quarto de você.
é que eu tenho vontade de cuidar de você. todos os dias.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Noites de Quinta - Capítulo II - O garçon - parte 1

"Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem."
Fernando Anitelli
Janeiro, férias, nada pra fazer, sem grana pra viajar e sem namorado. Eu e a Júlia resolvemos sair à tarde. Adivinha pra onde fomos? Shopping, claro. Resolvemos correr atrás de alguma liquidação, mas acabamos mais cansadas do que satisfeitas com as compras. Eu ando com culpa pra tudo. Não consegui comprar muita coisa. Após experimentar cada peça de roupa a pergunta que vinha à minha cabeça era: você realmente vai ser mais feliz com essa blusa? O que ela pode fazer por você? E assim, lembrando da minha atual situação finaceira, fui adiando vaidades. No fim da tarde eu estava exausta. Saímos do shopping acompanhadas por um milk shake de chocolate e com menos sacolas do que eu gostaria. No meio do caminho pra casa o celular da Júlia toca e ao ver quem era ela fez a cara de safada que eu sem bem o que significa. Como ela estava dirigindo, pediu pra que eu atendesse.
- Vai, Marcela, atende. Fala que sou eu. Esse cara nem sabe direito como é minha voz.
- Ai, Júlia! Não vem me arrumar encrenca...
- Atende logo, Marcela!!! Quem sabe a gente arruma alguma coisa pra fazer hoje a noite?
- Ah, tá bom. Alô?
- Oi, Júlia... tudo bem?
- Ei, tudo e vc?
- Sabe quem tá falando, né?
- Sei, claro... (risos)
- Então, o que você vai fazer hoje à noite?
- Ah.. por enquanto nada... tô com uma amiga, tô indo pra casa. Fomos no Shopping fazer umas comprinhas.
- Então... vai rolar uma festinha de um amigo meu hoje. Ele vai comemorar o aniversário lá no bar. Aí vai ficar fechado só pra galera convidada. Você não tá afim de ir?
- Hummm... que horas?
- A partir das dez... chama sua amiga pra ir junto. Vai ficar bacana lá. E hoje eu vou só curtir, nem vou trabalhar.
- Ah, tá bom. Eu vou ver com ela aqui e te ligo de volta, pode ser?
- Claro, gata! Fico te esperando então. Um beijo.
- Beleza! Beijo.
- Ele tá chamando a gente pra ir no aniversário de uma amigo dele. Quem é esse cara, hein? Que cara é essa? Te conheço, Júlia... pode me contar.
- O nome dele é Bruno. Ele é garçon. Gatíssimo. Super gostoso. Não podemos perder essa festa.
A Júlia me deixou em casa pra eu me arrumar e mandou uma mensagem pro celular dele confirmando nossa presença. Eu nunca tinha ouvido falar no bar em que o Bruno trabalhava, mas ela me garantiu que eu ia adorar o lugar.
Chegamos lá por volta de 22:30 e já tava até cheio! Um pessoal bonito, até. Tanto mulheres quanto homens. O bar era muito bacana mesmo! Música boa, decoração chique. Logo que entramos o Bruno nos viu e veio nos cumprimentar.
- Júlia, que bom que você veio!
- Ei, Bruno! Deixa eu te apresentar, essa é a Marcela...
- Oi, prazer, tudo bom?
- Beleza, Marcela? Fique a vontade, tá?
- Obrigada!
O moço (lindo mesmo!) foi buscar cerveja pra gente e nos apresentou ao aniversariante, que era feinho, tadinho, mas muito simpático.
A noite foi passando e o Bruno não saía de perto de nós. Conversamos muito, dançamos, bebemos. Foi uma noite incrível.
Já era tarde quando eu fui ao banheiro com a Júlia e perguntei se ela não ia pegar o Bruno. Ela disse que tava muito afim, mas que só ia rolar com uma condição: eu teria que ir junto.
Eu fiquei arrepiada na hora que ela me olhou e disse isso. Olhei pra ela e pensei em fingir que não tinha entendido, levar na brincadeira. Mas apenas retoquei o batom e abri um sorriso. Voltamos pro bar e ela foi falar com ele.
o Bruno sorriu pra mim enquanto a Júlia falava ao ouvido dele. Eu quase morri de vergonha, mas retribuí o sorriso. Saímos da festa sem falar com ninguém. A Júlia jogou a chave do carro pro Bruno e disse pra ele nos levar para "aquele lugar".
Entrei no carro com o coração disparado e as pernas tremendo. No fundo eu sabia que só ia me divertir...
Chegamos a um prédio simples, perto do bar. Era a casa do Bruno. Ele morava sozinho numa kitnet. Era garçon nesse bar e fazia uns bicos de modelo fotográfico.
Ele foi entrando e tirando a camisa branca que vestia. A Júlia abriu a geladeira e pegou 2 cervejas. Entregou uma pra ele e a outra pra mim.
- Querida, hoje nós vamos dividir a cerveja e o homem. Amigas são pra essas coisas, né?
O Bruno me agarrou e começou a me beijar de um jeito que parecia me hipnotizar. Quando percebi a Júlia já tava arrancando o resto da roupa dele. Não demorou muito pra eu estar na cama com os dois. Não queria pensar em como eu ia olhar pra cara da Júlia depois, mas eu não conseguia parar.
Acordei abraçada com o Bruno. Ele passou a mão nos meus cabelos e disse no meu ouvido que tinha gravado seu número no meu celular. A Júlia tinha deixado um bilhete de bom dia pra nós dois. Voltei pra casa de ônibus, com aquele sorriso de "a noite foi boa".