sábado, 17 de julho de 2010

de vez em quando me dá uma inveja dele. de leve, mas dá. quando ele fala que sente uma "saudade boa" quando ouve Milton e se lembra do pai. o que é saudade boa? pra mim, saudade dói.
é que ele sabe sentir diferente. eu não sei como é, mas sei que não é assim que nem eu, que tudo dói, machuca, fere, faz sangrar.
e não é que ele não seja sensível. sei que ele é, e muito. mas ele tem uma coisa que não sei se posso chamar de força, mas que faz com que ele seja assim. de um jeito que eu não sei explicar e que de jeito nenhum saberei ser.

e é por isso, será que o amo tanto? e é por isso, será que tenho tanta raiva?

me admira muito sua segurança. sua determinação. é difícil uma coisa que te abale.

mas me chateia que ele não entenda que não é todo mundo que sabe ser forte. e que tem gente (não conto quem) que chora por dentro quando ouve certas palavras ao invés de carinho. e que não consegue ter tanto controle.

poxa, se eu não sei controlar direito nem meu dinheiro, como é que eu vou controlar emoções?

eu queria que meu coração fosse menor. que ocupasse menos espaço em mim.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

pra saber de mim

alguns podem pensar que é simples. quem me lê aqui, por exemplo, pode achar que sou louca, romântica, chorona, depressiva, bêbada, puta, inocente, triste, feliz, apaixonada, inteligente, esperta, sincera, ingênua. é, eu sou. isso tudo. às vezes muito, às vezes pouco, às vezes nada.

mas pra saber de mim de verdade, existem vários caminhos. você pode, se quiser, ouvir todas as músicas de Los Hermanos. Ou as de O Teatro Mágico. mas pode também dançar a primeira música que tocar na rádio, enquanto toma banho. você pode fazer uma panela de brigadeiro e levar pra frente da tv, pra assistir O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças ou qualquer comédia romântica que estiver passando na Sessão da Tarde.

se quiser também, pode ler sites e blogs de mulherzinhas que na verdade, são verdadeiros mulherões: aquele tipo de pessoa que sabe o que quer, ou quando não sabe dá um jeito de descobrir; e que sabe aproveitar o melhor da vida, sem reclamar atoa.

pode também passear pelas ruas frias aqui de Ouro Preto, em meio a neblinas e paisagens bucólicas. sozinho. só você e seus pensamentos: seus melhores amigos e piores inimigos.

não pode deixar de se apaixonar muito. sempre. pode ser pela mesma pessoa, todos os dias. ou por três tipos diferentes, na mesma semana. ou as duas coisas ao mesmo tempo.

você pode encher a cara de cerveja. fingir que não está nem aí pras pessoas que estão te olhando. dançar até funck. até o chão. e morrer de ressaca no outro dia.

é fundamental que você veja seus amigos como membro da sua família. uma família que você escolheu. você não poderá jamais ficar sem eles por perto, mesmo que estejam a milhares de quilômetros de distância.

você precisa também gostar de curtir bons momentos com você mesmo. de passar o dia todo fazendo só o que você quiser, sem pensar em concurso, trabalho, faculdade ou dieta. depois pode ser que você sofra, arrependido de ser tão indisciplinado. mas é fundamental para que você entenda.

e o principal: ame! mas ame muito! ame loucamente. ame o bastante para morrer e nascer inúmeras vezes. ame o bastante para esquecer completamente de si.

e não se esqueça: nunca se leve tão a sério.

;)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

do que eu não sei ser

é, eu morro de medo.
não de escuro e nem de espírito. nem de barata, nem de rato. de cobra, talvez. de lagartixa, ao extremo. de cachorro, depende. de gato, às vezes.

mas o medo que me encomoda e me tira o sono e me deixa louca é aquele de te perder.
de perder todas as noites de sábado, frias, em que eu me enrosco no seu edredon quase nua enquanto você me abraça e reclama das minhas pernas geladas.
de perder a sua companhia no sofá assistindo dança dos famosos, todos os domingos.
de perder a saudade que vai me apertando o peito gradativamente, até quase explodir na sexta feira, um pouco antes de te ligar, ainda na rua de casa pra dizer: cheguei.
de perder seus carinhos nas minhas costas.
de perder os seus planos, misturados nos meus e a vontade de que meus desejos sejam pra sempre os seus desejos.

essa palavra dói em mim: insegurança.
dói pensar se é de mim que você gosta de verdade. dói pensar nos motivos daquela ligação que você recebeu ontem à tarde. dói pensar que eu só estou aqui hoje, na sua cama, porque outra não quis.

insegurança é o que me faz me sentir a mais fraca das criaturas, quando eu só deveria querer ser forte.

e o pior é essa felicidade toda que você me traz. é dela que eu tenho ainda mais medo.