quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Não virou texto.

Inspirado nesse texto aqui, da Daiany Maia, minha chefe no Meninas Improváveis



Não deu tempo. Você foi embora antes. Antes de chegar, talvez. Nossas lembranças não são suficientes pra que eu faça aqui uma resenha qualquer de nossos momentos e nem da saudade que vai ficar. Essa saudade é difícil de explicar. É saudade do que não existiu. Do que nunca teve pretensão de ser. Ou nunca teve chance de nascer. 

Eu nem posso dizer que vou me pegar um dia pensando se você fez aquela viagem ou comprou aquela carro. Se terminou de ler aquele livro ou se fez as pazes com aquele velho amigo. Não sei pra que lugar você me levaria ou gostaria de ir sozinho. Não sei que carro gostaria de dirigir. Nem sei se gosta de ler! E nunca te ouvi falar de nenhum amigo. 

Não deu tempo. Duas ou três madrugadas não foram suficientes pra que eu te conhecesse o bastante pra me fazer falta. Duas ou três madrugadas não foram capazes de me fazer pensar em acordar do teu lado pro resto da vida. Duas ou três madrugadas não me fizeram querer te trazer aqui. 

Eu só vim pra te dizer que você não pertence à minha memória. Que você não estará em nenhuma recordação, porque você não chegou. Você foi antes de chegar. Não deu tempo. E é isso que incomoda agora: a falta que você não pode fazer, mas que insiste, existe e persiste.


E pra enfeitar: